sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Acontece

Acontece.

Foi o final da conversa.

Como no final de um livro sem graça, levantei de minha cadeira e peguei minha caneca. Era hora de tomar um chá.
Precisava entender o rumo da vida. Da minha vida. Obviamente da minha vida, de quem mais seria?
O chá de tangerina tinha um fio de leite para me lembrar de algo que não sei explicar. Lembrava um calor diferente, um lugar seguro, um aconchego.
Eu olhava pra tela do meu computador e procurava motivos. Bebericava meu chá pra aquietar a multidão gritante em minha mente.

O vento era forte e minha janela batia. Meu chá havia esfriado devido minha fixação no ecrã de meu monitor. Tendo em mente durante 15 minutos o fato da palavra ecrã ser extremamente engraçada.

O chá gelado com leite estava intragável.

Eu ainda não entendia e bebericava aquele chá terrível. Que droga de chá. Revoltante.

Queria ficar triste e não conseguia.
Aquele trailer do Star Wars valeu o mês todo.



quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Devaneios

Eu li muitas coisas aterrorizantes nesses últimos dias. Eu fiz coisas horríveis, senti a pior ressaca moral da vida e morri pouco a pouco até entender que era necessário tudo aquilo. Cada gole, cada lágrima, cada sorriso sincero.
Eu fiquei bem perto de um grande erro ou até mesmo, se a positividade me permitir, um grande acerto.
Mas isso não importa, esse pano de fundo serve para afastar aqueles que não tem pretensão de ler até o final.
O que importa é o diálogo fictício entre eu e minha mente que me perturba.

- Você que foi embora, rancoroso e mimado.
- Eu que senti que estava louco, aquilo não era certo e você sabia.
- O que é certo? Quais são suas certezas? Certeza que eu tenho é que a Terra irá rodar por mais milhares de anos, que as guerras não terão fim. Certo é o que você não faz.
- O que eu fiz foi certo. Eu estou certo, sempre.
- Mas eu sou você. E você está errado.

Eu estou errado. Sim, não tem sentido esse diálogo.

Estava tentando afastar o tédio e afastei você. Quando tentei te trazer de volta, você me confundia mais do que eu mesmo.
Quando eu tentei pular, você me impediu e ao mesmo tempo olhou pros dois lados antes de atravessar e ficou.

Não. Não me deixe sozinho. Aqui é tão barulhento, essa cabeça a milhão.

Não. Não posso. Você é só sua.

Eu não sei do que será.
Mas tenho medo disso virar um ultraje.
E me odiar por um dia pensar em tudo isso.

Certeza só que nada será igual amanhã.