terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Escrever É Recordar

Escrever é recordar, me contaram esses dias. Existe tamanha necessidade em mim, que escreve sem parar, escreve para vê-la novamente, escreve para criar um novo final. Afinal, quando escrevo, quero ser sincero, mas também quero minhas verdades e meu final feliz.
Há quem diga que não existe tal coisa como "final feliz" nas histórias modernas e adultas. Eu penso que não existe o final feliz deles. 
Hoje eu vejo esse céu nublado, com a garoa de minha terra. Cada gota que toca meu rosto me lembra de escrever para recordar. Cada gota eu desejo que toque minha alma, para que só assim eu escreva sobre como sua alma tocou a minha. 
Eu recordo todos os dias para não esquece-la. Eu recordo todos os dias para continuar indo em frente e não esquecer como suas asas me protegiam. Eu sei que as coisas que eu disse vão contra o que eu escrevo. Sempre vão.
Escrever sempre me leva até você, não importa onde esteja.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

A Noite de São Paulo

Triste noite em São Paulo.
Pela primeira vez existe um breu na fria noite dessa cidade. Não se enganem, as luzes paulistanas continuam. Essa cidade não para por nada.
O escuro esta no meu quarto.
Acho que o maior problema não foi todo o ocorrido, os poucos dias, o que foi dito.
Oh, darling. Se me permite, é claro.
O problema é a repetição, o vício; esse maldito TOC que me faz agradar e amar tudo e a todos.
Metade de mim é amor.
A outra metade é um viciado em lixo tóxico.
Dessa combinação terrível nasceu um filho brilhante. Filho de todos aqueles solitários, dos esquecidos e desalmados. Dos carentes e necessitados.
Do que adianta arrancar os quadros da parede?
Derrubar os livros?
Não se sinta sozinho, boy.
Just Run.
Isso, fuja das responsabilidades, dos sentimentos que te esfaqueiam sempre que tenta iniciar qualquer contato humano.
O homem não nasce bom como você defendeu a vida toda, kiddo.
Homo homini lupus.
Eu sou meu próprio lobo, minha alcateia, minha cova e meus medos.
A noite de São Paulo não tem breu.
Meu mantra para poder dormir em paz.
A noite de São Paulo não tem breu.
Meu mantra pra afastar a escuridão do meu quarto.
A noite de São Paulo não tem breu.
Meu mantra pra esquecer a dor.
A noite de São Paulo não tem breu.
Meu mantra é mentir pra mim mesmo.
Você também não mentiria?

domingo, 3 de janeiro de 2016

Um Pequeno Poema

Um pequeno poema
Pra quem existe.
Sem deixar de ir,
Apenas vendo o mundo
E estando aqui.

Deixe queimar,
Estaremos juntos no final.
Eu e tu.
Juntos e a vida como testemunha.
Não temos limites quando estamos aqui.

As montanhas também estão aqui
Como nossa fortaleza.
Eu tentei ficar calmo
É difícil quando se é fisgado.
Quando cada palavra arranca um sorriso.

Não deixaremos de ser.
Vamos voltar,
Ou partir?
Você que decide,
Vou te seguir.

Um pequeno poema
Pra quem o lê.
Não existe nexo
Pra quem não sente.
Eu sinto.

E você?
 

sábado, 2 de janeiro de 2016

Cativou É A Palavra

Eu estava perdido em mim como qualquer outro dia. E quanto mais perdido eu estava, mais eu acreditava que estava perto da resposta.

Nessa de me perder eu a conheci.

Era linda, mesmo que quando eu dissesse isso, não acreditava em minhas palavras. Me encantou de uma vez só, me fez me perder mais e mais e mais e eu achava que me achava. Então eu me perdia para poder encontrar o anjo que minha falta de crença um dia me prometeu.

Mas eu não a tinha. Não me era permitido possuí-la.
O anjo. Meu anjo. Era de outro perdido. Ela havia descido para salvar outra alma, não a minha. Sua alma era pura e bondosa, fazendo transparecer toda sua beleza escondida. E por algum motivo ela queria me salvar. Não tinha medo de mim, do meu jeito e nem da minha loucura. Seu sorriso era como um abraço caloroso que meu coração gélido precisava. Ela me contava dos males que foram ao seu encontro e como, um a um, os combateu. Assim me mostrou como a vida é bela e como cada segundo deve ser vivido.
Eu só via um anjo que venceu tudo.
Venceu a vida, o tempo e a mim.