sábado, 14 de março de 2015

Covarde

E foi um baque de realidade.
A porta se fechou e o trem foi embora.
Meu peito doía e minha cabeça estava pesada. Me joguei no chão daquela estação e me escorei em um canto qualquer. Eu não entendia nada. Todo o rumo, todo alto astral, confiança. Tudo. Por água abaixo. Minha cabeça deu um nó. Você deu um nó em minha cabeça. Quem eu era?
Voltou meus medos, meus credos, meus ritos e minhas lágrimas. Eu tinha tudo de volta, menos o que eu mais queria.
Eu te queria mas não podia dizer. Eu não me permitia.
Pare!
Eu gritava do fundo da minh'alma. E eu parei e me calei e me omiti.
Fiquei só, no meu canto querendo dizer as coisas mais belas do mundo apenas para seus ouvidos. Mas as coisas mais belas apenas ficaram ecoando em minha mente e decidiram se transformar nos medos mais aterrorizantes.
Eu não era eu.
Faz anos que eu não sou eu.
Eu não sei mais ser eu.
Foi sufocante. Eu só queria sair correndo, mas ao mesmo tempo só queria estar ali. Contigo.
Vamos trocar nossas lentes, minha linda.
Seus olhos cor de mel hipnotizam meus olhos escuros e sem vida.

Covarde.

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