Eu não queria estar ali. Não daquele jeito, enfrentando aquela realidade. Não sóbrio.
Todas aquelas pessoas, bebendo, fumando, rindo. O que elas eram?
As
vezes sinto como se eu caísse sem perceber no meio de uma situação,
lugar ou conversa. Sem saber o que fiz pra estar ali, o que precedeu. Eu
sempre me perco nesses caminhos e ali não foi diferente. Ao mesmo tempo
que eu queria estar ali eu me sentia vazio, sem motivações. Não havia
nada que me prendesse ali.
Eu sou o estranho. Aquele que lá, não
habita. Um forasteiro que esta de passagem em uma velha e rica vila no
meio da felicidade. Eu sou a tristeza que deve ser afastada.
Mas
me engano. Quero ser parte daquilo. Quero construir uma casa naquela
vila.
Mas sou o estranho. O doido. O nerd. Sempre carreguei esses
fardos. São meus.
Agora a felicidade deles, as risadas, os amores, os olhos
dela. Como posso aguentar tudo isso?
Eu mereço o exílio. Sou um apátrida.
Eu estava
sóbrio e foi tudo pior. A felicidade deles feriu minha dor. Eu já estava
morto, agora só espero que busquem esse corpo vazio.
Sou um sóbrio atrapalhado. Não sei lidar com as questões do dia a dia. Não aprendi a lidar com felicidade.
Me resta então o que?
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