quinta-feira, 12 de junho de 2014

No Lusco-Fusco

Era o que eu não queria. Voltar a escrever. Pior, escrever sobre você ao lusco-fusco. Tinha feitos planos, traçado metas.
Eu poderia escrever meus livros. Mas você não me sai da cabeça, então sou obrigado a transforma-la em literatura.
Como já fiz tantas vezes.

Cheguei ao fundo tantas vezes, que já sou conhecido dos que aqui habitam. O olhar no espelho, a madrugada que não termina. O celular que não toca e o copo que nunca esta vazio. Não me deixe chegar nessa combinação, não me deixe olhar pro espelho de novo, sozinho não.
Me sinto obrigado a ir embora. Deixar essa gritaria, essa festança. Me sinto na obrigação de achar alguém que se importe.

Mas ninguém se importa.

No escuro da memória, sua lembrança sempre me foi o lusco-fusco que me salvava. Nunca entendi como um dia poderia esquecer seu sorriso. Como um dia achar aquela foto faria anoitecer tão rápido pra mim.

Acho que perdi a calma.
Me perdoem aqueles que achavam que eu a tinha encontrado, pois eu também achava.
Quero descobrir se minha noite uma hora vai virar dia.
Mas quem sabe meu dia que virou noite.

O lusco-fusco pode cegar.

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