sexta-feira, 13 de junho de 2014

Sobre Escrever

Quando olhei no relógio, ele marcava duas da manhã. O sono não vinha.
Me levantei, peguei algumas tralhas que estavam em cima da mesa. Saí.
Estava frio. Deveria ter pego uma blusa.
Parei no primeiro bar e sentei na primeira mesa que avistei.
A sina do escritor.
Tinha papel e caneta. Agora um whiskey também.
Eu realmente não sei o porquê escrevo, como também não sei o motivo de beber. Sei que os dois se completam pra mim.
Escrever se tornou algo que alimenta meu ser, quando nada mais me cativava. Não havia mais luz. E mesmo sem conseguir escrever coisas alegres, eu fiquei mais alegre.
Mas já são três da manhã. O garçom resmunga algo sobre o gol de alguém.
Não tenho nada escrito no meu papel.
Me perdi pensando no que eu seria hoje, se eu tivesse pego um rumo diferente.
Mais feliz? Mais sonhador? Um romântico incorrigível?
Gosto de pensar que seria um cabeça-oca. Não teria encontrado a literatura que eu encontrei e talvez não tivesse me aprofundado no meu ser.
Teria sido mais um.
Chega.

Na mesa um copo vazio, notas de dez reais e uma papel escrito:

"Hoje eu me dei conta, que tudo que eu mais valorizo na vida hoje, é por sua causa. Sua vaca sem coração."


Sempre escrevi minhas verdades.
Estava na hora de dormir, o sol já ia raiar.
A qualquer momento, não teria mais aquelas estrelas.
Já estava acostumado. Todas as manhãs elas iam embora, mas todas as noites elas voltavam.
O que eu nunca sabia é se eu iria voltar.

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